Impulsionado pelo setor do varejo, o Brasil reduziu a informalidade no
mercado de trabalho de forma significativa na última década.
Dados elaborados pela consultoria McKinsey para o IDV (Instituto para o
Desenvolvimento do Varejo), entidade que representa as maiores redes varejistas
do país, mostra que a informalidade no emprego passou de 55% em 2002 para 40% em
2012.
A maior queda foi verificada no comércio, setor em que a participação do
emprego informal caiu 16 pontos percentuais --passando de 54% para 38% nesse
período.
"A informalidade tem impacto direto na produtividade, que é baixa
entre as empresas que atuam de forma irregular, e freia o crescimento da
economia", diz Flávio Rocha, presidente do IDV e da rede Riachuelo.
"O Brasil foi um dos países que mais se formalizaram na última década, e o
varejo é um dos grandes responsáveis por isso, ao responder por 18% do
emprego."
A informalidade caiu com mais força em quatro segmentos: farmácias,
combustíveis, eletroeletrônicos e alimentação. A explicação se dá em parte com
a adoção de medidas para aumentar a arrecadação, combater a sonegação e
simplificar o recolhimento de impostos --com regimes como substituição
tributária, Simples e MEI (microempreendedor individual), além da criação da
nota fiscal eletrônica.
"As mudanças no comportamento do consumidor, a ampliação dos meios
de pagamento eletrônico e o crescimento dos shopping centers também
incentivaram a formalidade", diz Rocha.
CONSTRUÇÃO
Na construção civil e no ramo têxtil, a fragmentação dos pontos de venda
ainda dificulta a fiscalização e estimula os negócios informais.
Os dados do estudo foram compilados a partir da Pnad (Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios) de 2012, porque a de 2013 ain- da não havia sido
divulgada pelo IBGE.
"De forma geral, não houve mudanças significativas nos dados até
2014. O cenário da redução se manteve."
Para o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcio
Holland, presente no evento que comemorou dez anos de IDV, a desoneração da
folha de pagamento das empresas também contribuiu para reduzir a informalidade
no emprego.
O sistema tributário, a regulamentação trabalhista e as dificuldades no
ambiente de negócios são apontados como fatores que ainda emperram a queda da
informalidade.
A empresária Luiza Helena Trajano, da rede Magazine Luiza, vai comandar
o IDV a partir de 2015.
Será a segunda vez em que ela vai liderar o instituto.
Fonte: Folha de S.Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário