sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Setor varejista impulsiona queda da informalidade no trabalho



Impulsionado pelo setor do varejo, o Brasil reduziu a informalidade no mercado de trabalho de forma significativa na última década.

Dados elaborados pela consultoria McKinsey para o IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo), entidade que representa as maiores redes varejistas do país, mostra que a informalidade no emprego passou de 55% em 2002 para 40% em 2012.

A maior queda foi verificada no comércio, setor em que a participação do emprego informal caiu 16 pontos percentuais --passando de 54% para 38% nesse período.
"A informalidade tem impacto direto na produtividade, que é baixa entre as empresas que atuam de forma irregular, e freia o crescimento da economia", diz Flávio Rocha, presidente do IDV e da rede Riachuelo. "O Brasil foi um dos países que mais se formalizaram na última década, e o varejo é um dos grandes responsáveis por isso, ao responder por 18% do emprego."

A informalidade caiu com mais força em quatro segmentos: farmácias, combustíveis, eletroeletrônicos e alimentação. A explicação se dá em parte com a adoção de medidas para aumentar a arrecadação, combater a sonegação e simplificar o recolhimento de impostos --com regimes como substituição tributária, Simples e MEI (microempreendedor individual), além da criação da nota fiscal eletrônica.

"As mudanças no comportamento do consumidor, a ampliação dos meios de pagamento eletrônico e o crescimento dos shopping centers também incentivaram a formalidade", diz Rocha.

CONSTRUÇÃO
Na construção civil e no ramo têxtil, a fragmentação dos pontos de venda ainda dificulta a fiscalização e estimula os negócios informais.

Os dados do estudo foram compilados a partir da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2012, porque a de 2013 ain- da não havia sido divulgada pelo IBGE.

"De forma geral, não houve mudanças significativas nos dados até 2014. O cenário da redução se manteve."

Para o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcio Holland, presente no evento que comemorou dez anos de IDV, a desoneração da folha de pagamento das empresas também contribuiu para reduzir a informalidade no emprego.

O sistema tributário, a regulamentação trabalhista e as dificuldades no ambiente de negócios são apontados como fatores que ainda emperram a queda da informalidade.
A empresária Luiza Helena Trajano, da rede Magazine Luiza, vai comandar o IDV a partir de 2015.

Será a segunda vez em que ela vai liderar o instituto.

Fonte: Folha de S.Paulo
  



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