sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Entenda a importância do reatamento de relações EUA/Cuba



Assim como 1989 entrou para a história como o ano da queda do Muro de Berlim, na Alemanha, maior símbolo da guerra fria, 2014 pode ser considerado o período em que é eliminado o último bastão desse tempo de incertezas e de constantes ameaças de confronto entre países comunistas e capitalistas.

O pronunciamento dos presidentes norte americano, Barack Obama, e cubano, Raul Castro, anunciando, nesta quarta-feira (17), o restabelecimento das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba pegou o mundo todo, literalmente, de surpresa, mas foi uma ótima notícia para todos que acompanham e torcem para que os países, declarados inimigos desde 1960, voltem a manter diálogo não só no campo político, mas também econômico.

Para a União Geral dos Trabalhadores (UGT), ao se reaproximar diplomaticamente da ilha comunista, os norte americanos passaram a rever uma das mais graves injustiças já cometidas contra um país, pois há mais de 20 anos não existe mais as tensões que haviam no período da guerra fria. A China comunista é um dos maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos e há duas décadas os americanos reatam relações com o Vietnã, em todo esse processo somente para Cuba esse olhar ainda não havia se voltado..

Embora o embargo econômico que Washington mantem sobre a ilha continue, este já é um importante passo para dar fim a um embate que já dura mais de 50 anos e, a partir de agora, o mundo espera que o Congresso americano derrube o bloqueio comercial que teve início em 1962.

Mesmo assim, a permanência do embargo não ofusca o brilho deste momento, pois com a reaproximação três cidadões cubanos que estavam presos, desde 1998, nos EUA ganharam a liberdade e dois agentes do serviço de inteligência americano, presos há 20 anos na ilha puderam voltar para a casa. Além da troca de prisioneiros, os presidentes acertaram uma série de medidas que permitirão ampliar o comércio, as comunicações e o fluxo de viagens entre os dois países.

A data escolhida para o anúncio não poderia ser melhor, já que foi a comemoração de 78 anos do Papa Francisco, que teve papel fundamental para que o acordo acontecesse. O pontífice intermediou as reuniões secretas que aconteceram, na sua maioria, no Vaticano, enviou cartas para os presidentes e esteve pessoalmente engajado em todo o processo que durou cerca de um ano até a conclusão dos acordos.O gesto do Papa Francisco representou muito mais do que uma ação política, pois derrubou o último foco da guerra fria.Ele foi,sim,um gesto que simboliza um resgate humanitário. humanitário. 

Em toda essa história, além da população cubana que sai vencedora e começa a respirar os ares da abertura comercial no país, o Brasil também pode se beneficiar.  Esse ganho não acontecerá somente pelo financiamento da ampliação do porto de Mariel, mas os brasileiros têm um papel fundamental no apoio ao turismo na região e na compra de insumos para medicamentos, principalmente a partir dos anos 90. Atualmente, com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Cuba está tocando um projeto de revitalização da produção de cana-de-açúcar. Sendo assim, o aumento do potencial de exportação da ilha pode e deve repercutir positivamente para nós brasileiros.

A UGT parabeniza a iniciativa norte americana, a atuação do Papa Francisco em todo esse processo e salienta que é preciso dar fim, definitivamente, ao embargo econômico à ilha, essas são medidas que terão impacto direto na economia mundial que, desde 2008, vive em crise. Contudo, muito além das questões financeiras, é preciso ressaltar a ação humanitária que este geste simboliza, pois ao derrubar todos os resquícios do que um dia foi à chamada guerra fria, o mundo se abre a novas possibilidades que gerarão riquezas e representarão melhoria na qualidade de vida do povo cubano.

Fonte: site UGT


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