Empresas
deverão firmar acordo com os sindicatos; programa de Proteção ao Emprego prevê
redução de jornada e corte de até 30% dos salários, mas trabalhador receberá
complementação de 15%.
O
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou nesta terça-feira, 21, as
regras para adesão ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE). Para garantir o
benefício, em primeiro lugar as empresas precisarão firmar acordo com os
sindicatos. E para que esse acordo seja realmente feito, terão também de
demonstrar ao sindicato com o qual está sendo feita a negociação que foram
esgotados todos os períodos de férias, inclusive as coletivas e os bancos de
horas.
O PPE
possibilita a redução de jornada e corte de até 30% nos salários para as
empresas com dificuldades financeiras. A partir de quarta-feira, as empresas já
poderão aderir ao programa.
Outro
critério é a fórmula que calcula o indicador líquido de emprego, que deve ser
de até 1%. O objetivo do governo é ajudar as empresas que estão contratando
menos para que elas não reduzam sua capacidade produtiva.
O ILE será
medido pela seguinte fórmula: admitidos nos últimos 12 meses menos os
desligamentos dos últimos 12 meses vezes 100 dividido pelo estoque de
empregados no 13º mês anterior à solicitação do PPE. As empresas que não se
enquadrarem nestes critérios, poderão, segundo o ministério, encaminhar
informações adicionais para subsidiar a eventual definição de novos critérios
de elegibilidade. Para aderir ao PPE, empresas e sindicatos também precisarão
celebrar um acordo coletivo de trabalho específico.
O ministro
da Pasta, Manoel Dias, afirmou que o PPE é uma aposta do governo e que “o
momento está merecendo um programa deste porte”. Ainda segundo Dias, “o Brasil
vive dificuldades e pode enfrentá-las com facilidade”.
Entenda o
Programa de Proteção ao Emprego
Como
funciona o atual sistema de lay-off
- Há
suspensão do contrato de trabalho por um prazo de até cinco meses, prorrogáveis
- O
empregado recebe o valor do seguro-desemprego, bancado pelo FAT (mas apenas nos
primeiros cinco meses)
- Empresas
e trabalhadores deixam de recolher encargos trabalhistas e previdenciários e IR
Como passa
a ser com o PPE
- O
trabalhador continua contratado com carteira assinada, tendo a sua jornada
reduzida em 30%
- O
empregado recebe 85% do salário, do qual a empresa paga uma fatia de 70% e o
FAT, 15%
- A
empresa continua recolhendo contribuições previdenciárias (INSS) e trabalhistas
(FGTS e outros encargos sobre férias e 13º salário, por exemplo)
- O
trabalhador também continua a ter descontado o Imposto de Renda, se o salário
for superior ao teto de isenção
- A
redução da jornada e do salário precisa ser aprovada em assembleia com os
sindicatos para ser implementada
Estimativas
divulgadas pelo MTE mostram que o governo pretende gastar com o PPE, durante 6
meses, R$ 112,5 milhões com um salário de R$ 2,5 mil por trabalhador. As contas
foram feitas com o benefício para 50 mil trabalhadores.
Ainda
segundo os dados mostrados, as despesas com seguro desemprego para o mesmo
número de trabalhadores superariam em R$ 190,8 milhões às do PPE. O cadastro de
solicitação para adesão ao PPE estará no portal Mais Emprego do MTE.
Durante
sua apresentação, Dias fez questão de ressaltar que o maior objetivo do
programa é a manutenção do emprego e privilegia o diálogo social. As transferências
de recursos do MTE para as empresas serão feita através da Caixa Econômica
Federal, obrigando as empresas que decidirem aderir ao programa a criar uma
relação com o banco
.
Redução de
jornada. O PPE foi lançado pelo governo no início do mês com a assinatura de
Medida Provisória pela presidente Dilma Rousseff. O texto permite a redução da
jornada de trabalho e dos salários em até 30%, com uma complementação de 50% da
perda salarial bancada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
A medida
impede demissões em empresas que aderirem ao PPE durante o período de vigência
- que vai de 6 a 12 meses - e obriga a manutenção do vínculo por mais um terço
desse tempo após o fim do programa.
A criação
do PPE se dá num momento de visível deterioração do mercado de trabalho no
país, com impacto direto sobre a atividade econômica. Em junho, o Brasil fechou
111.199 vagas formais de trabalho, no pior resultado para o mês desde pelo
menos 1992. No semestre, a demissão líquida chegou a 345.417 trabalhadores,
segundo dados com ajuste do Caged.
Fonte:Estadão
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