Seis dos maiores bancos brasileiros aumentaram em até
136%, de 2014 para 2015, as taxas cobradas de seus clientes entre 2014 e 2015,
aponta pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec)
divulgada nesta quarta-feira (20).
O levantamento identificou aumentos acima da inflação
tanto entre as tarifas de serviços avulsos, como anunidade de cartão de
crédito, como entre os pacotes de serviços. Nesse último caso, os reajustes
ficaram até 75,2% mais caros.
“Os reajustes foram mais frequentes entre os pacotes de
cBradescousto intermediário, os quais, possivelmente, são os mais utilizados
pelos consumidores”, informa Ione Amorim, economista e pesquisadora do Idec, em
nota divulgada pelo instituto. “Os índices [de reajuste] muito superiores à
inflação são abusivos e sem justificativas do ponto de vista da prestação do
serviço.”
“A Cesta Exclusive Fácil é um pacote de benefícios que
possui serviços e quantidades de transações diferenciadas, possibilitando aos
seus optantes a redução nas taxas de juros em algumas operações de crédito,
portanto, sua precificação é diferenciada. Além disso, seu preço, antes do
realinhamento feito estava defasado, inclusive muito aquém de Cestas similares
oferecidas pelo mercado.”O Idec ressalta também que, no caso dos pacotes, os
maiores aumento ocorreram naqueles que deixaram de ser oferecidos a novos
consumidores mas seguem sendo utilizados pelos clientes antigos.
O aumento de 136% foi aplicado pelo HSBC na anuidade de
seu cartão de crédito. Já o maior reajuste entre os pacotes, de 75,2%, ocorreu
no pacote Cesta Exclusive Fácil, do Bradesco. O levantamento foi feito entre
março de 2014 e fevereiro de 2015, período em que a inflação oficial foi de
7,7%.
Para o instituto, os aumentos acima da inflação indicam
que o Banco Central deveria controlar os valores das tarifas cobradas pelas
instituições financeiras. Atualmente, a definição dos valores é livre.
O levantamento levou em conta informações de 75 pacotes de
serviço e de 12 das 38 tarifas avulsas consideradas prioritárias pelo Banco
Central. Foram pesquisados, além de HSBC e Bradesco, Santander, Itaú, Caixa
Econômica Federal e Banco do Brasil.
O BB informou que pratica tarifas compatíveis com o
mercado e que elas estavam defasadas em relação à inflação desde 2008. Por esse
motivo, o banco publicou uma nova tabela de preços em 2014, com reajuste médio
no preço dos pacotes da ordem de 10%, “o que justifica algumas correções acima
desse percentual”. O banco reassatou que alguns pacotes, como o Padronizado I,
não sofreram acréscimo.
O Bradesco também alegou defasagem dos preços na cesta
Exclusive Fácil, “inclusive muito aquém de cestas similares oferecidas pelo
mercado”. O Itaú afirma que muitas tarifas estavam sem atualização desde 2012 e
tiveram atualização inferior à variação da inflação. O Santander informa que os
reajustes foram limitados à inflação, considerada a última alteração de cada
pacote. O HSBC não quis se pronunciar e a Caixa não retornou o contato feito
por e-mail.
Os consumidores podem comparar as tarifas no site wwww.febraban-star.org.br.
Fonte: IG.
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