Representantes de seis centrais sindicais se comprometeram a reforçar as
mobilizações na rua para garantir aprovação das pautas trabalhistas e barrar
possíveis retrocessos no Congresso Nacional, que a partir de 2015 terá uma
configuração mais conservadora. Sindicalistas
participaram de um ato relativo ao Dia Internacional do Trabalho Decente, que
reuniu pelo menos 200 pessoas em frente à Superintendência Regional do Trabalho
e Emprego de São Paulo, no centro da capital.
O
secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, afirmou que “O que garante as pautas trabalhistas é a
mobilização dos trabalhadores. Nós vamos fazer pressão nesse novo Congresso
para não retrocedermos”.
Na eleição
de domingo (5), parlamentares conservadores avançaram de maneira representativa
no Legislativo federal. A bancada do PSDB na Câmara ganhou dez cadeiras, passando de 44 para 54,
um crescimento de 25%. Já a bancada do PT perdeu 20% dos deputados, de 88 para
70. Apesar disso, a ala petista ainda
continua a maior.
A bancada sindical pode reduzir consideravelmente, segundo levantamento
do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap): dos atuais 83
deputados, a estimativa parcial é de que o grupo se reduza a 46.
No Senado,
que renovou um terço da Casa, cinco dos novos 27 parlamentares são do PMDB. O
PSDB e o PDT têm quatro cada, o PSB elegeu três, mesmo número do DEM, enquanto
PT, PTB e PSD conseguiram eleger dois cada. PR e PP fizeram um. A maior bancada a partir de 2015 será a do
PMDB, com 19. Em seguida, ficam o PT, com 13, e o PSDB, com 10.
Trabalho decente
Durante o
ato, representantes
das seis entidades entregaram uma carta para o superintendente de São Paulo,
Luiz Antônio de Medeiros, solicitando o encaminhamento de 11 reivindicações,
entre as quais a não aprovação do Projeto de Lei 4.330, sobre terceirização, o
fim do fator previdenciário, redução da jornada de trabalho, equidade de salários entre homens e mulheres, não
regulamentação das cooperativas de trabalho e das contratações no modelo
“pessoa jurídica”.
“Essas cooperativas e os PJs vão na contramão das propostas de trabalho
decente. Estamos aqui hoje contra a precarização do trabalho, que inclui também
a exploração da mão de obra infantil e escravidão moderna”, disse o presidente da Confederação Nacional dos Profissionais
Liberais (CNPL), Carlos Alberto Schmitt. “Mobilizações como esta ocorrem hoje
em todo mundo e são importantes para valorizar o trabalho decente”, afirmou o
presidente da UGT, Ricardo Patah.
Medeiros
se comprometeu a encaminhar a carta para o ministro do Trabalho e Emprego,
Manoel Dias, e a divulgá-la na Superintendência do Trabalho. “O ministério se orgulha
das centrais sindicais, porque elas são parceiras importantes no combate ao
trabalho irregular. Todo o
estado de São Paulo, por exemplo, tem só 400 fiscais do trabalho. É muito
pouco. Mas as centrais são grandes parceiras para identificarmos e combatermos
irregularidades, como o trabalho análogo ao escravo.”
Fonte: Rede Brasil Atual.
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