O aumento do salário mínimo de
R$ 788 para R$ 880 deve injetar R$ 57 bilhões em renda na economia no ano que
vem.
São 48,3 milhões de
brasileiros com rendimento referenciado ao salário mínimo, segundo estudo do
Dieese divulgado nesta terça-feira (29).
Desse total de 48,3 milhões de
brasileiros, 22,5 milhões são aposentados e pensionistas; 13,5 milhões são
empregados com carteira assinada; 8,2 milhões são trabalhadores por conta
própria e 3,99 milhões são empregados domésticos.
O salário de R$ 880 acumula
ganho real (descontada a inflação) de 77,35% desde 2002, quando o piso foi
estabelecido em R$ 200. Nesse mesmo período, a inflação medida pelo INPC é de
148,09%. O cálculo considera INPC estimado em 0,80% em dezembro de 2015.
Com o novo valor do mínimo, o
incremento na arrecadação tributária sobre o consumo é estimado pelo Dieese em
R$ 30,7 bilhões por ano.
IMPACTOS
O reajuste do valor do salário
mínimo para R$ 880 causa impacto total no Orçamento federal de 2016 de
aproximadamente R$ 4,77 bilhões, segundo informou o governo em nota.
"Desse total, parcela de
R$ 3,03 bilhões é relativa ao regime geral da Previdência Social, fatia de R$
612,19 milhões refere-se aos benefícios da renda mensal vitalícia da Lei
Orgânica da Assistência Social (Loas) e R$ 1,12 bilhão, aos benefícios de abono
e seguro-desemprego", segundo dados do Ministério do Planejamento.
"A cada R$ 1 de acréscimo
no salário mínimo há o impacto de R$ 293 milhões ao ano somente sobre a folha
de benefícios da Previdência Social", diz José Silvestre Prado de
Oliveira, coordenador de relações sindicais do Dieese.
O estudo do Dieese leva em
conta que o peso relativo da massa de benefícios equivalentes a um salário é de
49% e corresponde a 69,2% do total de beneficiários.
"O impacto do custo na
Previdência é muito inferior ao gasto que o governo tem ao ano para pagar os
juros da dívida pública, ao redor de R$ 400 bilhões", afirma o
coordenador.
O segundo mandato de Dilma.
PODER DE COMPRA
Se comparado ao valor da cesta
básica calculada pelo Dieese, estimada em R$ 412,15 em janeiro de 2016, o novo
salário mínimo equivale a 2,14 cestas. Em novembro de 2015, o valor da cesta
foi de R$ 404.
"É a maior quantidade de
cestas básicas já registrada desde 1979, início da série histórica que compara
o valor do salário mínimo anual com o valor anual da cesta", afirma
Oliveira.
Fonte: Folha de S.Paulo
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