No dia em que cerca
de 2 mil trabalhadores da Fiat em Betim (MG) retornaram ao trabalho após 20
dias afastados, a Volkswagen concedeu férias coletivas a 4,2 mil dos 5 mil
funcionários da fábrica de Taubaté (SP), no Vale do Paraíba. De acordo com o
sindicato dos metalúrgicos da região, os trabalhadores ficarão afastados até 18
de abril. Com a decisão, pelo menos 7.354 metalúrgicos estão afastados
temporariamente do trabalho por decisão das montadoras em todo País.
Segundo o
sindicato, a decisão da Volks decorre da suspensão do terceiro turno na
fábrica, que emprega cerca de 970 funcionários. Eles serão remanejados para os
outros dois turnos, o que exigiu a paralisação para alterações no sistema de
produção. Outros 250 trabalhadores da unidade estão em lay-off até agosto. Em
nota, a Volks disse estar fazendo uso de "ferramentas de
flexibilização" para adequar volume de produção à demanda do mercado. Há
ainda outros 500 funcionários afastados na unidade por motivos pessoais, como
férias regulares e tratamento médico.
Também em Taubaté,
a Ford tem 137 trabalhadores com contratos suspensos até amanhã. Na
quinta-feira, o presidente do sindicato da região, Hernani Lobato, reuniu-se
com o governador Geraldo Alckmin e com o prefeito de Taubaté, José Bernardo
Ortiz Júnior, para debater a situação desses trabalhadores, mas nenhuma ação
concreta foi tomada. Outros 424 funcionários da montadora em São Bernardo do
Campo (SP) estão em banco de horas desde 23 de fevereiro, por tempo
indeterminado.
A Mercedes-Benz tem
750 metalúrgicos em lay-off em São Bernardo. A empresa possui ainda 170
trabalhadores afastados na fábrica de Juiz de Fora (MG). Em ambos os casos, os
afastamentos seguem até 30 de abril. Já a GM tem 950 trabalhadores em lay-off
em São Caetano do Sul (SP). Desses, 100 devem retornar ao trabalho em abril e
850 somente em maio. A montadora americana possui ainda 473 trabalhadores
afastados em São José dos Campos (SP), desde 9 de março, por cinco meses.
Paradas planejadas.
Além dos afastamentos temporários, as montadoras também têm recorrido a
programas de demissão voluntária (PDVs) ou a paradas programadas para adequar
produção à demanda. Na fábrica de ônibus da Marcopolo em Caxias do Sul (RS),
por exemplo, sindicato e montadora acertaram a possibilidade de até seis
paradas por mês. Já na fábrica da Scania em São Bernardo estão planejados cinco
dias de paradas de produção em abril, de acordo com a empresa.
Fonte: Estadão
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