A
taxa de juros do rotativo do cartão de crédito - informação divulgada pela
primeira vez pelo Banco Central - de janeiro ficou em 334% ao ano. De acordo
com o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, esse juro
do rotativo é a taxa mais alta observada desde junho de 2012, quando ficou em
334,3% ao ano.
Ele
enfatizou também que se trata da taxa mais elevada dentro da modalidade de todo
o sistema de crédito. Isso reflete, de acordo com ele, a originação desse tipo
de empréstimo. Por isso, Maciel recomendou que o consumidor evite tomar esse
segmento de financiamento. "As pessoas devem evitar essa modalidade, que
tem juros mais altos".
Para
efeito de comparação, o juro médio do crédito está em 39,4% ao ano - a maior da
série histórica iniciada em março de 2011. Maciel salientou que dois
componentes explicam a alta da taxa de juros em janeiro. O primeiro, de acordo
com ele, é o atual ciclo de aperto da política monetária. Atualmente, a taxa
básica de juros (Selic) está em 12,25% ao ano e a expectativa é de um novo
incremento na semana que vem. A maior parte do mercado financeiro espera para
mais uma elevação de meio ponto porcentual, o que levaria a taxa para 12,75% ao
ano.
O
segundo, de acordo com Maciel, é um "efeito composição", quando há
aumento do estoque de crédito de algumas modalidades que possuem taxas mais
elevadas, como cheque especial e crédito pessoal não consignado, por exemplo,
que tiveram aumento do saldo maior em janeiro. Vale lembrar, no entanto, que
todas as taxas subiram no mês passado além do custo de captação. Isso
significa, portanto, que o spread está mais alto. O técnico do BC comentou que
o aumento de spread em janeiro ocorreu em função da elevação da taxa de
aplicação.
Outra
taxa de juros que apresentou alta em janeiro foi a do cheque especial. De
dezembro de 2014 para o mês passado, essa taxa aumentou 7,7 pontos porcentuais,
passando no período de 201% para 208,7% ao ano. Isso ocorre, de acordo
com o técnico do BC, porque, logo após o Natal, quando há aumento de consumo,
também há um aumento do volume de pessoas que entram no cheque especial. E
essas pessoas normalmente, ainda segundo Maciel, possuem um perfil um pouco
pior em relação à inadimplência, o que automaticamente é incorporado à taxa
pelas instituições
Fonte:Estadão
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