A União
Geral dos Trabalhadores (UGT), segunda maior central sindical do País,
representando mais de 1.300 Sindicatos e Federações e 10 milhões de
trabalhadores, ficou surpresa com as declarações de Eliseu Padilha,
ministro-chefe da Casa Civil, do Governo interino do presidente Michel Temer, a
respeito da Terceirização. A questão é muito delicada e vem sendo discutida
amplamente pelas Centrais Sindicais com o Congresso, onde o projeto tramita.
Por essa razão nos causou surpresa que, numa palestra para empresários,
realizada na quarta-feira, 16/06, em São Paulo, o ministro tenha defendido a
aprovação, com rapidez, do projeto que se encontra no Senado, sem conversar com
os trabalhadores.
Padilha
foi aplaudido de pé e ovacionado pelos empresários. Pela postura da plateia
ficou claro que o projeto é muito bom para os empresários. Ora, se é muito bom
para os empresários, não é bom para os trabalhadores.
A UGT sabe
que o trabalho terceirizado é uma realidade no País. Nossa posição nunca foi
totalmente contrária à sua regulamentação, no entanto, já discutimos amplamente
a questão, tendo, inclusive, em nosso 3º Congresso tirado propostas que devem
ser observadas para se regulamentar a terceirização no País.
Propostas:
Combater a
precarização do trabalho regulamentando a terceirização;
Estender
aos trabalhadores terceirizados o mesmo patamar de garantias sociais,
trabalhistas e previdenciárias do conjunto dos trabalhadores da tomadora,
considerando os acordos e convenções coletivas mais benéficas;
Estabelecer
a responsabilidade solidária e independente de culpa à administração pública e
privada contratante pelo não cumprimento da legislação trabalhista e
previdenciária;
Proibir a
terceirização da atividade principal (atividade-fim);
Identificar
os setores terceirizados em sua base e fiscalizar os direitos dos
trabalhadores;
Verificar
se há caracterização de terceirização ilegal, ou seja, intermediação de mão de
obra;
Fiscalizar
se a empresa está cumprindo com os direitos e obrigações trabalhistas;
Considerar
ambiente de trabalho a soma de todos os trabalhadores (efetivos e terceiros)
para fins de regulamentações sobre segurança e medicina do trabalho e outros
benefícios coletivos de proteção ao trabalhador;
Negociar o
mesmo patamar de direitos e condições de trabalho ou então a desterceirização;
Regulamentar
a terceirização visando com isso combater a precarização do trabalho oriunda
desta prática;
Estender
aos trabalhadores terceirizados o mesmo patamar de garantias sociais,
trabalhistas e previdenciárias do conjunto dos trabalhadores da tomadora,
considerando os acordos e convenções coletivas mais benéficas;
Para
efeitos da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), devem ser
considerados trabalhadores no mesmo ambiente de trabalho, ao invés somente de
empregados, isso porque quando num mesmo ambiente temos trabalhadores
empregados e de terceiros, para efeito de lei contam apenas os empregados da
empresa principal.
RICARDO
PATAH
PRESIDENTE
NACIONAL DA UNIÃO GERAL DOS TRABALHADORES
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