Em entrevista publicada nesta
terça-feira, 8 de agosto, pelo jornal O Estado de S. Paulo e exibida pela Rede
TV, Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), defende a
criação da taxa negocial para manutenção do custeio sindical, uma vez que o
imposto sindical, após aprovação da reforma trabalhista, deixará de existir a
partir de novembro, quando a Lei entrar em vigor.
Patah explicou que, atualmente, além
do imposto sindical, que se tornará facultativo, existem: a contribuição
associativa, que é paga pelos sócios dos sindicatos, que se utilizam dos
médicos, dentistas, suporte jurídico, colônia de férias e clube de campo; a
taxa assistencial, que varia de 6% a 10% e é cobrada de uma só vez no salário
do mês em que ocorrem as negociações coletivas; e a taxa confederativa, que,
geralmente, é de 1% ao mês.
A somatória dessas três
contribuições, na opinião do sindicalista, para alguns sindicatos, hoje, chega
a 20%.
A proposta da UGT é que essas três
contribuições sejam eliminadas e passe a existir apenas a taxa negocial. “Esta
seria de 6% ao ano ou 0,5% ao mês, ou seja, muito menor do que a cobrada hoje”,
explica Ricardo Patah.
O valor da taxa negocial seria
decidido pelos trabalhadores, em assembleia, com quórum, de forma democrática. “Assim
como eles decidirão se querem dividir as férias, ter a jornada menor. O
trabalhador sabe o que é importante para ele e saberá com quanto quer
contribuir para o movimento sindical”, diz Patah, que complementa: “O movimento
sindical é muito importante. Ele auxilia na manutenção do equilíbrio nas
questões sociais. Além disso, se hoje as pessoas podem protestar e se
manifestar, por exemplo, é porque o sindicalismo ajudou a acabar com a
ditadura. Como também ajudou a acabar com a inflação. Sem falar que foram
as centrais sindicais que desenharam a política do salário mínimo, que é uma
distribuição de renda importante. Por tudo isso, é fundamental que o movimento
sindical tenha uma forma de custeio. E a forma que estamos propondo vai
diminuir o valor da contribuição paga hoje pelo trabalhador”.
Essa contribuição servirá para que os
sindicatos possam dar continuidade às suas lutas e conquistas, como
vale-refeição, cesta básica, assistência médica, aumento real até em épocas de
crise, busca pelo trabalho decente e a inclusão social, fim da precariedade,
das reinserção dos tantos desempregados ao mercado de trabalho, PLR
(Participação nos Lucros e Resultados), entre tantas outras. A contribuição
servirá para que as entidades sindicais continuem agindo em favor do
trabalhador, pela manutenção dos seus direitos. “As mudanças que estamos
propondo visam a um Brasil com mais condições”, finaliza o presidente
ugetista.
Fonte: site da UGT
Nenhum comentário:
Postar um comentário