A Caixa Econômica Federal mudou uma normativa
interna que abre caminho para poder contratar bancários terceirizados, ação que
foi interpretada pelo sindicato da categoria como sinal de que o banco estatal
não fará mais concursos públicos.
No documento, a Caixa define as regras para
contratação do que chamou de “bancário temporário”, “que poderá executar tanto
as atividades-meio como as atividades-fim da Caixa”.
Na prática, isso significa que a prestação de
serviços não diretamente ligados a serviços bancários ou atividades hoje feitas
por funcionários concursados, como caixas e escriturários, poderão ser
executados por profissionais sem vínculo empregatício com a Caixa.
“O serviço prestado pelo bancário temporário
consiste no desenvolvimento de atribuições inerentes ao cargo de técnico
bancário, previstas no contrato firmado com empresa especializada na prestação
de serviços temporários”, diz trecho do documento.
O movimento acontece na esteira dos esforços do
banco para reduzir custos e elevar a lucratividade para fortalecer seus níveis
de capital, que têm sido pressionados nos últimos anos pelo crescimento
acelerado do crédito.
No começo do ano, a Caixa lançou um programa de
demissão voluntária, que teve adesão de cerca de 4.600 funcionários, enquanto o
banco esperava adesão de até 10 mil empregados. No mês passado, a instituição
abriu nova fase do programa, esperando participação de até 5.500 colaboradores.
O prazo para aderir vai até 14 de agosto.
No fim de março, dado mais recente, a Caixa tinha
91.128 funcionários, queda de 5.863 postos em 12 meses.
A norma da Caixa não define quantos temporários
poderão ser contratados, apenas que o número de contratações dependerá da
disponibilidade orçamentária e dos resultados esperados pelo gestor demandante.
Fonte: Folha de São Paulo
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