A União Geral dos
Trabalhadores (UGT), acompanha atentamente a situação econômica do País e as
diversas propostas feitas pelo governo do presidente interino Michel Temer.
Muitas vão contra o pensamento da central e atingem diretamente a classe
trabalhadora e seus direitos adquiridos, o que não podemos aceitar como
solução.
A mudança no sistema
previdenciário e tributário, por exemplo, nos moldes como o Governo vem
anunciando, será um desastre para os trabalhadores, principalmente porque
penaliza os mais pobres, as mulheres e os que começam a trabalhar mais cedo. A
UGT é contra a proposta da idade mínima, e também não concorda com mudanças que
atinjam aqueles que já estão no sistema.
Pelos números disponíveis,
é inegável que a Previdência acumula déficits, comprometendo o futuro daqueles
que vão se aposentar. Culpa disto não é do trabalhador. O sistema de financiamento é que está mal desenhado e
distorcido. Sai do bolso dos trabalhadores com carteira assinada no setor
privado da economia a maior parte do custeio de um sistema que mistura
previdência e assistência social no mesmo Regime Geral, válido para distribuir
os benefícios, mas não para definir quem paga a conta por eles.
A seguridade social é um
mecanismo fundamental para nossa sociedade, já que abriga quem não teve a
oportunidade de contribuir normalmente como o caso dos trabalhadores rurais não
assalariados, os pescadores e tantos outros que com seu trabalho contribuíram
para o crescimento do País. Questão é definir com clareza de onde sairão os
recursos para pagar aquilo a que cada um tem direito adquirido.
O sistema tributário
brasileiro é regressivo, em relação à renda individual. Ele é voraz e penaliza
o salário do trabalhador. Os que ganham menos pagam relativamente mais tributos
do que os que ganham mais. Assim não podemos apoiar a criação de mais impostos
que venham a estrangular o poder aquisitivo da população, o que afeta, diretamente,
a economia brasileira, aumenta o grave problema da má distribuição de renda,
entre outros fatores que, como um efeito dominó, serão desencadeados.
Para evitar a penalização
de quem já é tão sacrificado, é que a UGT apoia uma reforma tributária, com
caráter progressivo, ou seja: quem ganha mais, paga mais, quem tem mais
patrimônio, paga mais imposto.
A reforma tributária tem
que ter fonte de recursos carimbados e com destino certo, e cobriria o déficit
da Previdência. Assim não seriam necessárias mudanças na idade mínima e nem
penalizar aqueles que já estão no sistema e nem onerar mais os salários dos
trabalhadores e os proventos dos aposentados.
Fonte: site da UGT nacional
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