Presidente do TST: "É legítimo assembleia decidir custeio de sindicatos"
Os sindicalistas cumprimentaram-no pela
posse, conversaram sobre os desafios impostos pela reforma trabalhista,
preocupação com a ofensiva governamental e patronal contra a categoria e
presentearam-no com publicações da entidade e a camiseta da campanha "Apagar
o professor é apagar o futuro".
Gilson Reis, coordenador-geral da
Contee, apresentou a entidade ao ministro e disse que há uma perspectiva nova,
de maior diálogo, com o Tribunal: "Por trás de cada artigo da Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT) há uma história de luta pelos direitos dos
trabalhadores e trabalhadoras. Essa história foi rasgada com a reforma (Lei
13.467/2017) aprovada pelo Congresso no ano passado. Precisamos construir
pontes e restabelecer o diálogo, e sabemos de seu empenho nesse sentido".
O coordenador da Secretaria de Assuntos
Jurídicos, João Batista da Silveira, e o consultor jurídico da Contee, José
Geraldo Santana Oliveira, abordaram as dificuldades de custeio das entidades
sindicais, a necessidade de os sindicatos homologarem as demissões dos
trabalhadores, as restrições ao acesso à Justiça, a falta de regulamentação do
ensino à distância nas escolas particulares, a terceirização nas escolas e a
revisão de súmulas e orientações jurisprudenciais em função da Lei 13.467/2017.
Trabalhadores no
ensino
O ministro Brito Pereira agradeceu a
visita e disse que todas as pessoas defendem a educação, "é uma
unanimidade, mas na prática é diferente". Em concordância com os
dirigentes da Contee, considerou que a educação envolve todos os trabalhadores
na escola, e não somente os professores. "Vejam o caso do porteiro. É
provavelmente a pessoa mais conhecida pelos alunos e muitos deles conhecem os
estudantes pelo nome, não pelo número, e conhecem as pessoas que os levam e
pegam na escola, quando os alunos são crianças. Tenho boas lembranças não só do
porteiro da minha escola infantil, mas também do porteiro da escola de meus
filhos, quando eu os levava e pegava", depôs. Sobre a expansão do ensino à
distância, opinou "ser muito importante a conversa dos professores com os
alunos, o contato presencial, a formação do estudante".
O ministro também afirmou que "é legítimo que os sindicatos façam
assembleias que garantam o seu custeio. Se não tiverem fonte de renda, morrem
de inanição. Quem manda é a assembleia, e o que ela decidir deve ser
respeitado. O Estado brasileiro precisa prestigiar o sindicato. O sindicato
forte é melhor para todos". Avaliou, ainda, que "a dispensa
coletiva tem que ser fundamentada, e a participação do sindicato é
necessária".
Brito Pereira disse ter "esperança
positiva" no trabalho da comissão, composta por nove ministros, que está
estudando a aplicação da Reforma Trabalhista. A comissão, presidida pelo
ministro Aloysio Corrêa da Veiga e composta pelos ministros Maria Cristina
Peduzzi, Vieira de Mello Filho, Alberto Bresciani, Alexandre Agra Belmonte,
Walmir Oliveira da Costa, Mauricio Godinho Delgado, Augusto César de Carvalho e
Douglas Alencar Rodrigues abordará os aspectos de direito material (aplicação
ou não da nova legislação aos contratos de trabalho vigentes) e de direito
processual (aplicação aos processos já em andamento).
Fonte: Vermelho
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