O número de residências
atendidas pelo Programa Bolsa Família sofreu uma redução de 3,3% em 2017.
Segundos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua,
divulgada nesta quarta-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), houve uma queda de 326.043 casas atendidas pelo programa de
transferência de renda no ano passado.
Em 2017, o IBGE contabilizou 69,8 milhões de domicílios no
Brasil em 2017, aumento de quase 1% em relação ao ano anterior. O número de
casas que recebiam o Bolsa Família, no entanto, caiu de 9.865.520 em 2016
para 9.539.477 no ano passado.
Em volume porcentual, houve queda de domicílios beneficiados
pelo Programa de 14,3% em 2016 para 13,7% em 2017. Apesar da queda, as regiões
Norte (25,8%) e Nordeste (28,4%) permaneceram com maiores porcentuais de
beneficiários.
Os domicílios que recebiam o Bolsa Família tinham renda média
mensal real per capita de apenas R$ 324 no ano passado. Nos lares que não
possuíam necessidade do benefício de transferência de renda do governo, o
rendimento médio por habitante subia a R$ 1.489.
Em 2017, 60,2% da população brasileira, ou 124,6 milhões de
pessoas, tinham algum tipo de rendimento, sendo 41,9% (86,8 milhões de
indivíduos) provenientes de todos os trabalhos e 24,1% (50,0 milhões)
originários de outras fontes.
Entre os rendimentos de outras fontes, o mais frequente era a
aposentadoria ou pensão, recebido por 14,1% da população com alguma renda,
seguido por pensão alimentícia, doação ou mesada de não morador (2,4%); aluguel
e arrendamento (1,9%); e outros rendimentos (7,5%), categoria que inclui
seguro-desemprego, programas de transferência de renda (como o Bolsa Família) e
poupança, entre outros.
O rendimento médio de todas as fontes foi de R$ 2.112 em 2017. O
rendimento médio real efetivo de todos os trabalhos alcançou R$ 2.237, enquanto
a renda média mensal real apenas de outras fontes foi de R$ 1.382. A renda
média obtida por aposentadoria ou pensão foi de R$ 1.750.
Riqueza. Outro dado da Pnad, diz respeito à riqueza nacional,
que segue concentrada nas mãos de poucos. As pessoas que faziam parte do topo
da pirâmide, aquele 1% da população brasileira com rendimentos mais elevados,
recebiam 36,1 vezes o que ganha a metade mais pobre da população, que compõe a
base da pirâmide, em 2017.
A região Nordeste exibiu a maior concentração de riqueza no ano
passado, com 1% dos mais ricos recebendo 44,9 vezes mais do que a metade mais
pobre. A menor diferença foi registrada no Sul do País, onde a parcela de 1%
com renda mais alta ganhava 25 vezes mais que a metade de renda mais baixa.
No ano de 2017, o Brasil ainda tinha até 5% da população
trabalhadora com rendimento médio mensal de apenas R$ 47. Resultado representa
ainda uma queda drástica em relação aos R$ 76 recebidos no ano anterior, o
equivalente a uma redução de 38%.
Fonte: Estadão
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