terça-feira, 31 de outubro de 2017

O governo diz que o Brasil está recuperando o emprego. Só se for na China

                        FERNANDO BRITO (blog Tijolaço)

No duro caminho para a formalização das relações de trabalho estamos andando para trás.
A “recuperação do emprego” que os jornais anunciam hoje é uma expressão absolutamente imprópria.
O emprego não aumentou.
O que aumentou foi o “bico”, a “viração”, o “biscate”, o “por conta própria”.


O número de empregados com carteira de trabalho assinada (33,3 milhões) ficou estável frente ao trimestre anterior (abril-maio-junho de 2017). No confronto com o trimestre de julho-agosto-setembro 2016, houve queda de -2,4% (menos 810 mil).
A categoria dos trabalhadores por conta própria (22,9 milhões de pessoas) cresceu 1,8% em relação ao trimestre abril-maio-junho (mais 402 mil pessoas). Em relação ao mesmo período de 2016, houve alta de 4,8% (mais 1,1 milhão de pessoas).
Ideal para o momento que vai se abrir, com a nova (anti)lei trabalhista, que vai liberar o trabalho “de banco”.
Não, não o de bancário, esta categoria cada vez menor e mais explorada. É o de banco, mesmo: você fica sentado esperando o patrão chamar para trabalhar apenas na hora que ele quer, ganhando um trocado.

A empresas estão “abrindo vagas”, dizem as notícias de hoje. Será o “bico” legal, onde se usa o trabalhador na hora de ganhar mais dinheiro e, em seguida, dá dez-mil réis e manda embora.

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