Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (26)
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que, em
2015, cerca de 1,5 milhão de trabalhadores brasileiros eram impedidos de sair
do trabalho por terem dívidas com o empregador. O número representa 2,9% do
total de 51,7 milhões de empregados no setor privado.
Segundo o IBGE, se considerados os
trabalhadores contratados de forma intermediária – que não tinham vínculo
direto com o empregador – chegava a 4,3% o total de empregados que não
conseguiam se desligar do emprego por conta de dívidas com a empresa.
O levantamento mostrou que 948 mil
trabalhadores tinham débito relacionado à alimentação, 774 mil com transporte,
373 mil com instrumentos de trabalho, 266 mil com aluguel e 156 mil possuía
algum outro tipo de dívida.
Análogo à escravidão
Impedir o trabalhador de se desligar por conta
de dívida com a empresa é considerado pela Organização Internacional do
Trabalho (OIT) como servidão por dívida, que é uma das características do
trabalho análogo à escravidão.
Todavia, o IBGE ressaltou que a pesquisa não é
capaz de apontar a servidão por dívida. Isso porque tal conceito leva
consideração, entre outros fatores, o cerceamento da locomoção física do
trabalhador, com encarceramento no local de trabalho, por exemplo.
“Para conceituar o termo servidão por dívida,
a gente tem que fazer uma investigação mais ampla. Este indicador não é capaz
de defini-lo”, afirmou o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo.
Segundo o pesquisador, até então nenhum outro
país havia investigado se o trabalhador tinha dificuldade de se desligar de uma
empresa por conta de dívidas. “Foi uma avaliação pioneira e é uma pesquisa
piloto”, destacou.
Fonte: G1.
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