Na negociação para a venda do Walmart
no Brasil, alguns fundos de investimento que avaliaram a operação desistiram do
negócio, após discordâncias que poderiam dificultar o plano dos investidores
para a rede, segundo apurou o Valor. A hipótese de ter que pagar royalties à
varejista após a venda do negócio é uma possibilidade levantada pela rede. A
proposta não caiu bem entre alguns fundos, diz uma fonte a par do assunto.
Cálculos mais modestos para o valor da
empresa têm sido feitos pelos potenciais compradores, e isso já foi sinalizado
à varejista. Em 2016, a terceira maior varejista de alimentos do país faturou
R$ 29 bilhões e a última linha do balanço tem oscilado entre lucro e prejuízo
desde que chegou ao país, em 1995.
Além de ser uma aquisição envolvendo
alguns bilhões – para se ter uma ideia, o GPA vale em bolsa R$ 20 bilhões e o
Carrefour, R$ 30 bilhões-, o negócio de varejo alimentar é uma operação
complexa, o que limita número de interessados. Por isso, o fator “gestão” pode
ser determinante para o avanço das negociações.
O comprador teria que montar uma nova
estrutura de gestão, com revisão de processos e custos, para tentar colocar o
negócio nos eixos – algo que não dá para fazer da noite para o dia. Neste caso,
a empresa de investimentos 3G tem, além do acesso à capital, sócios com
conhecimento profundo do varejo. A 3G tem entre seus acionistas Jorge Paulo
Lemann, um dos sócios controladores da
Lojas Americanas e ex-sócio do Walmart na metade dos anos 1990.
Há 23 anos no país, o Walmart avalia
sair do Brasil após altos e baixos em seus balanços, nos quais lucros e
prejuízos se intercalam, e diversas mudanças no comando. Dezenas de lojas foram
fechadas, demissões foram feitas nos últimos anos. Uma reformulação das lojas
está em andamento.
Fonte: Valor Econômico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário