Em São Paulo, cerca de 20 mil pessoas,
entre trabalhadores, sindicalistas, dirigentes e representantes de movimentos
sociais e da sociedade civil, se reuniram na Praça da Sé para manifestar sua
indignação em relação à nova lei trabalhista (que entra em vigor amanhã),
contra o desmonte da Previdência e contra a tentativa do governo de alterar o
conceito e a fiscalização do trabalho escravo.
“Chamamos este evento de ‘marcha da
indignação’ especialmente em relação a uma série de artigos da reforma
trabalhista que tiram direitos e precarizam a relação capital/trabalho”, disse
Ricardo Patah, presidente nacional da UGT e do Sindicato dos Comerciários de
São Paulo.
“Embora a lei passe a vigorar amanhã,
vamos continuar em busca do diálogo para reverter alterações feitas em itens
como a criminosa permissão para que mulheres grávidas trabalhem em locais
insalubres, o trabalho intermitente, a terceirização generalizada, o fim da
homologação com assistência dos sindicatos, o acordo individual que passou a
ser permitido, o custeio do movimento sindical, entre outros. Não queremos
greve nem paralisações. Queremos diálogo. A reforma trabalhista não vai gerar
nenhum emprego. O que gera emprego é uma reforma tributária, uma reforma do
Estado e o fim da corrupção”, complementou Patah.
Segundo o dirigente, alguns itens da nova
lei trabalhista são tão ruins ou estão tão incertos, que vários tribunais do
Brasil suspenderam por 15 dias os processos para tentar entender como
julgá-los. “Precisamos construir algo equilibrado. Essa reforma é
essencialmente empresarial. Não tem nenhum artigo com foco social e ainda quer
exterminar com o movimento sindical brasileiro, que acabou com a ditadura, com
a inflação e construiu a política do salário mínimo. Não existe democracia sem
um sindicalismo forte.”
Patah falou, ainda, da atitude do governo
em fazer vistas grossas para que não haja fiscalização ao trabalho análogo à
escravidão e sobre a reforma previdenciária “que vem aí para tirar mais
direitos dos trabalhadores. Não podemos permitir. Precisamos nos unir e
utilizar nossa maior arma, que é o voto. Ano que vem há eleições. Precisamos
eleger candidatos que prezem pelos direitos dos trabalhadores”.
Fonte: site UGT
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