segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Simpatia do candidato não é referência para se votar bem

                             . Messias Mendes

Não voto em fulano porque não gosto dele; não voto em sicrano porque o detesto. É comum as pessoas guiarem seus votos pela simpatia pessoal do candidato e nunca pelas suas ideias. Eu por exemplo critico fulano e sicrano não por questões pessoais, mas por aquilo que ele pensa, faz e, mais do que isso, pelo que representa. No Paraná, por exemplo muita gente, inclusive vários amigos meus, dizem que não votam no Requião poque ele é grosso, mal educado e o diabo a quatro. Não tenho nenhuma relação ou contato pessoal com o senador. Às vezes acho que ele é de difícil trato, cavalgadura em alguns momentos. Mas não o quero para ser sogro de nenhum parente meu. Não pretendo (e nem teria tal pretensão) de ser seu comensal. Mas Requião me agrada como político, como bom governador que foi nas três vezes em que exerceu o governo do Paraná. Me agrada pela postura que tem tido no senado, Me agrada por suas ideias e não pelo seu conhecido azedume.
O importante é saber que é um político que me representa. Mesmo que um dia, por alguma pergunta que eu venha a fazer a ele e que o desagrade, ele acabe me dando uma patada não deixarei de votar nele por isso. Deixarei sim, quando na disputa pelo mesmo cargo estiver alguém que reputo melhor do que ele.
Ao falar de Requião, lembro João Saldanha, criticado por convocar boleiros tidos como vidas tortas para as eliminatórias de 1969. O repórter de uma rádio perguntou pra ele certa-feita: "Como você pode convocar jogadores indisciplinados como Brito, Gerson, Jairzinho, Marco Antônio? São uns caras marrentos demais. Saldanha então respondeu, na lata, como era seu estilo: "Rapaz, o que eu quero é classificar o Brasil e ganhar a Copa. Não quero nenhum deles para meu genro".
Claro, se o candidato tem o perfil que me agrada e o discurso que me convence, tanto melhor se ele é afável, simpático no contado pessoal. Mas isso é apenas um detalhe, para mim nada relevante.
Em tempo: se jeito simpático e afável fosse parâmetro para você medir o caráter e o grau de comprometimento de um candidato com o povo , Beto Richa seria um grande governador. No entanto, é o pior que o Paraná teve nas últimas décadas. 

. Messias Mendes é jornalista, assessor de imprensa do SINCOMAR

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