Leonardo Sakamoto
Esse
item representou 11,75% do total ou 4.980.359 novas ações, sendo o assunto mais
recorrente de todo o Poder Judiciário brasileiro. Dentro da própria Justiça do
Trabalho, o tema corresponde à quase meta (49,47%) dos novos casos.
Os
dados fazem parte do Relatório Justiça em Números 2016 (ano-base 2015),
produzido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Quando
discute-se verbas rescisórias não pagas ou pagas em valor menor do que o
estipulado legalmente após uma demissão, trata-se de recursos necessários para
a sobrevivência do recém-desempregado e sua família e do pagamento de contas no
final do mês.
Isso
é, ao mesmo tempo, um sintoma da crise econômica pela qual passa o país, mas
também reafirma a importância da mediação do Estado brasileiro na relação
capital e trabalho, principalmente para proteger a parte mais fragilizada neste
momento de crise econômica – ou seja, os trabalhadores.
É
paradigmático, portanto, que, em meio a essa mesma crise, a Justiça do Trabalho
esteja sendo alvo de críticas disparadas a partir de membros do Supremo
Tribunal Federal, do Congresso Nacional e de diferentes níveis do Poder
Executivo, fazendo coro a diferentes associações empresariais.
Com
o aprofundamento da crise, os trabalhadores são os primeiros a sofrerem perdas
substanciais, com a negação de respeito aos direitos mais básicos. E sem esses
direitos, o trabalhador não come, não paga aluguel, não quita a dívida da conta
de luz e de água. O que, sob qualquer ponto de vista que se analise, não
ajuda a reaquecer a economia do país.
Fonte: Folha de
São Paulo
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