O que venha a ser compliance? Nada
mais é do que a empresa estar de conformidade com leis e regulamentos externos
e internos. Entenda-se por regulamentos externos também as convenções e acordos
coletivos celebrados entre sindicatos de empregados e de empregadores.
Não é só na área criminal que os programas de compliance estão
em alta. Programas de compliance trabalhista melhoram o
ambiente das empresas, aumentando a produtividade dos funcionários. A
professora de Direito Processual Civil da PUC-SP Márcia Conceição Alves
Dinamarco, coordenadora da área de Direito do Trabalho do Innocenti
Advogados Associados, afirma que, com a mudança, os lucros das companhias
também sobem e a imagem delas passa a ser vista de forma mais positiva pelo
público.
Em palestra no evento Compliance trabalhista: como implementar
um programa preventivo eficaz e evitar condenações e multas, organizado
pela Internews na última segunda-feira (29/2), em São Paulo, ela afirmou que as
empresas precisam estabelecer programas internos desse tipo para evitarem
lesões a direitos de empregados e indenizações decorrentes delas.
acordo
com especificidades, diz Márcia.
Reprodução
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Em suas normas de compliance, todas as companhias devem
proibir atitudes preconceituosas, abusos hierárquicos e vestimentas
inadequadas, apontou Márcia. Contudo, cada setor deve ser regulamentado de
acordo com suas especificidades, ressalvou. Assim, ela destacou que um jornal
pode ter regras menos rígidas do que um hotel, por exemplo.
Com um planejamento adequado, o regramento irá aumentar o bem-estar na
empresa e gerar aumento de receitas, disse a professora. Ela também lembrou que
a existência de um plano mostra a magistrados que a companhia age pra preservar
os direitos de seus trabalhadores.
Mas a advogada deixou claro que um programa do tipo só será eficaz se
for claro, de fácil compreensão, respeitar as leis e ter regras fechadas. Caso
contrário, ele gerará confusões entre os funcionários da empresa, e deixará de
ser cumprido.
Fiscalização constante
No mesmo evento, a advogada do setor de compliance do Latam Group — associação entre as companhias aéreas LAN e TAM — Rogéria Gieremekafirmou que depois do julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão, pelo Supremo Tribunal Federal, ficou impossível para as empresas alegarem que não tinham conhecimento de violação aos direitos trabalhistas. Isso porque, nesse caso, os ministros da corte usaram a Teoria do Domínio do Fato para condenar políticos como José Dirceu e José Genoíno, concluindo que se eles estavam na liderança do PT, deveriam saber do esquema de compra de apoio político com dinheiro de corrupção.
No mesmo evento, a advogada do setor de compliance do Latam Group — associação entre as companhias aéreas LAN e TAM — Rogéria Gieremekafirmou que depois do julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão, pelo Supremo Tribunal Federal, ficou impossível para as empresas alegarem que não tinham conhecimento de violação aos direitos trabalhistas. Isso porque, nesse caso, os ministros da corte usaram a Teoria do Domínio do Fato para condenar políticos como José Dirceu e José Genoíno, concluindo que se eles estavam na liderança do PT, deveriam saber do esquema de compra de apoio político com dinheiro de corrupção.
Para evitar serem condenados pela Justiça Trabalhista a pagar
indenizações pelo mesmo fundamento, as companhias devem dedicar tempo e
dinheiro à implementação de regras e ao posterior cumprimento delas, alerta
Rogéria. Dessa maneira, elas devem promover treinamentos constantes, de forma a
engajar todos os funcionários no projeto — desde os altos executivos até os
empregados do chão de fábrica.
Além disso, a especialista aponta que as empresas devem manter um
monitoramento constante para verificar se tais normas estão sendo respeitadas.
Com esses dados em mãos, elas podem optar pela manutenção do que está
funcionando e substituição do que não está, gerando, com isso, maior clareza
sobre os riscos trabalhistas aos quais estão expostas.
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